domingo, 27 de dezembro de 2009

O novo de novo

Quando as areias estão úmidas e pesadas a ponto de não mais voarem, sabemos que é hora de mudar. É difícil, dá um trabalhão, ficamos quietos e mau humorados e fica tudo bagunçado. Mas, aos poucos, o ar já fica mais leve e as areias vão secando e começam a voar novamente. Então percebemos como é bom mudar e vemos logo que todo o transtorno valeu muito a pena.

Agora, as areias das ideias estão úmidas demais para voarem. Por isso não tenho escrito muito aqui. É hora de mudar. Portanto, em 2010 farei um blog novo. Aguardem...

sábado, 21 de novembro de 2009

O Tempo (de novo)

A relatividade do tempo é tão fascinante quanto irritante. A velocidade do escorrer dos pequeninos grãos de areia é uma simples questão de ponto de vista, podendo ser mais lento ou mais rápido. E quase sempre é inversa à sua vontade ou necessidade. Enfim, sempre um exercício de paciência.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Crime e castigo

Qual foi seu crime? Por que essa pena tão pesada? Ela pensa, mas não sabe qual foi o delito, tampouco quando o cometeu. Será que foi aquela vez que tomou umas a mais e fez umas besteiras? Ou aquela outra vez em que deu umas tragadas num cigarro da amiga da escola? Será que o castigo é por ter mentido para a mãe certa vez dizendo que iria para um lugar, mas foi para outro? Será que foi por ter beijado sem compromisso um cara naquela festa há tantos anos?

Será que essas atitudes foram de contravenção e agora veio a multa? Ela não sabe, mas procura uma explicação. Eu digo a ela que não cometeu delito algum. Ela apenas viveu. Cometendo erros e acertos, como todo mundo. Mas então, por que essa sentença?

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Minhas crises

Ou eu estou louca, ou estamos todos mergulhando cada vez mais fundo. Será que tem mesmo alguém vendo a saída por ali, ou só eu estou vendo que a superfície está do outro lado? Acho é que estão rindo da nossa cara!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Raiz profunda

Tem gente mais fincada no chão que mandioca. E quando pode sair da terra, respirar, ver o mundo, mais parece que vai morrer. E fica torcendo para que não consigam a tirarem de lá do fundo. Tudo bem, tenho que respeitar. Pelo menos tento. Mas é duro quando a pessoa tenta se convencer de que a vida é somente aquilo ali, e fica tentando espiar a vida lá fora, com uma vontade experiementar e, ao mesmo tempo, uma falta enorme de coragem de deixar o subsolo. Ou sei lá. Talvez o que seja o fundo da terra para mim, para ela talvez seja um céu estrelado.
E que me sirva de lição. O presente era para mim, não para ela. Deu tudo errado. Para mim um desalento, para ela, um alívio. Paciência...Ou não era para ser, ou seu santo é mesmo muito forte.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Horas congeladas

Tem situações em que o tempo deviria parar. Não porque são momentos esplêndidos, pelo contrário. Mas por serem insignificantes demais para serem computados no precioso percurso de uma rotação completa da Terra.
São horas tortas. Minutos que deveriam ficar numa espécie de caixa dois do tempo, ou num banco de horas da vida, para depois poderem ser gastos de forma melhor.
Por exemplo, você acorda e percebe que sua perna mais parece um kiwi. Nem se deu conta de que sofreu uma metamorfose tão rápida e foi adquirindo pelos, pelos e mais pelos. Mas agora que estava prestes a vestir aquela saia ou aquela bermuda incrível percebe que simplesmente não dá. E por que não se depilou antes? Ora, porque estava gastando o tempo com algo melhor. E não estou falando de trabalho não. Falo de algo realmente melhor, como ficar de papo pro ar lendo um livro.
De acordo com meu raciocínio, ao perceber que as pernas precisam de uma atenção, o tempo deveria parar. Poderia deixar o livro de lado, fazer a depilação e, ao voltar para o livro o tempo voltaria a correr. Assim, sem prejuízo algum.
O mesmo poderia acontecer com as roupas na máquina de lavar. Simplesmente é demais o tempo gasto para estender ou recolher as roupas no varal. Sei que já existem as máquinas que lavam e secam, mas ainda não tenho uma. Aliás, creio que elas não devessem existir. Todo mundo deveria ter uma lavanderia com sol para secar roupas e, principalmente, o tempo gasto com o processo de estender / recolher devia ir para o tal banco de horas, ou mesmo parar. Aí poderia ser usado depois com os preparativos para um jantar, ou ouvindo música, ou passeando na rua.
O pior é que ainda existiriam os que usariam o tal banco de horas para trabalhar mais ainda. Coitados, pensam que tempo é dinheiro, e não seriam dignos de tal benefício. Eu usaria o tempo para viver ainda mais.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cirurgia

Começou com um mau cheiro que não passava de jeito nenhum. Depois começaram aparecer as dores de cabeça. Eu devia ter uns oito anos quando tive meu primeiro contato com a sinusite. Me acompanhou durante o restante da infância, por toda a adolescência e por uma parte da minha vida adulta. E, como desgraça pouca é bobagem, geralmente as crises iam embora deixando um rastro de espirros e nariz coçando e vermelho, chamado renite.
Muitos anos, anti-infamatórios, bolinhas de homeopatia, acupuntura, anti-alérgicos depois, resolvi tomar uma atitude radical: cirurgia. Meu médico me convenceu dizendo que 80% dos meus problemas se resolveriam se corrigisse meu desvio de septo e retirasse uma baita carne esponjosa. Tomei coragem e, no último dia 05, acompanhada de minha sogra, lá fui ao CEMA fazer a tal cirurgia.
Não foi a primeira vez que tomei anestesia geral. Já o tinha feito três anos antes em uma outra cirurgia. Estranho saber que vão injetar em você uma dose tão grande de uma droga que vai te deixar inconsciente pelo tempo que os médicos quiserem. Dá um certo pânico. Mas comecei a ver as luzes e o teto se mexendo e apaguei. Depois ouvi ao longe a enfermeira chamando meu nome e meu médico dizendo que já tinha terminado e estava tudo bem.
O frio que se sente quando o efeito da anestesia vai passando é algo indescritível e incontrolável. Você treme da cabeça aos pés. A sensação nas primeiras horas é bem ruim. Mas logo passa.
Agora, mais de três dias depois, ainda não consigo respirar pelo nariz, estou tomando um monte de remédios, sinto ainda um pouco de dores, e não paro de soltar sangue nojentinho pelas narinas. Mas algo me diz que foi a decisão certa. Não vejo a hora de arrancar os tubinhos de silicone do nariz e começar a respirar normalmente.
O bom é estar sendo paparicada. Tudo realmente tem um lado bom. Mas quero mesmo é atravessar o próximo período de outono/inverno sem crises e poder pensar “por que diabos não fiz isso antes?”.