quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Estrada do Sol

Este post surgiu na segunda-feira, mas não tive tempo de sentar e escrevê-lo. Hoje já é quarta-feira, dez e pouco da manhã e, aproveitando que estou na sala de espera do CEMA, pego papel e caneta e tento escrever o que minha mente não apagou do post que surgiu há dois dias.

Era sobre uma música que cantei com meus colegas de coro, com a Sheila ao piano e o Mário Manga no celo. Foram uns quatro ensaios martelando essa canção que me fisgou de primeira, mais pela melodia que pela letra. A harmonia a quatro vozes, mais o celo e o piano fizeram dela algo meio inebriante. Mas a letra, eu apenas ouvi de verdade no palco, na hora do espetáculo. E me emocionei.

A voz quase não saiu, mas eu tinha que cantar. Aguentei firme, me surpreendendo a cada verso. É que quando vivi uma noite escura - aliás, às vezes nem sei se já amanheceu, mas vislumbro um clarão no leste e penso que está amanhecendo - a primeira vontade grande que me veio foi a de ir à praia, queria ver o sol.

"...Quero que você
Me dê a mão
Vamos sair por aí
Sem pensar
No que foi que sonhei
Que chorei, que sofri
Pois a nova manhã
Já me fez esquecer
Me dê a mão
Vamos sair pra ver o sol"
Estrada do Sol - Dolores Duran / Tom Jobim
Veja e ouça:

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Poesia

É difícil eu gostar de poesia. Poucos poetas realmente me emocionam. Talvez porque "todo poeta seja um mentiroso", ou porque "toda poesia é um engano, um erro".

Mas na última sexta-feira, saindo do Elevado e entrando na Radial eu presenciei uma poesia. Na verdade, fui coadjuvante de um poema. A protagonista surgiu por de trás dos prédios, e estava ali enchendo tudo de poesia: os carros, o asfalto, as sombras dos edifícios, as luzes e os pingos que ainda brilhavam da chuva que já tinha parado.

Clareou a estrada, o pensamento e o coração. Não foi preciso ler nada para sentir a poesia daquele momento. E por isso não ouso fazer versos para ela ou sobre o que aconteceu. Porque aquela poesia existiu ali, naquele momento. Efêmera. Ninguém a escreveu e nem todos que estavam lá puderam sentí-la. Mas foi a poesia concreta mais bonita que já vi.

E me fez lembrar uma música que diz: "não é de sol, não é de mar. São Paulo é linda de lua!"

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Espera ao telefone

É...acho que descobri algo mais irritante que alguém cuspindo no chão: alguém de um call center pedindo pra esperar um minuto. Ahhhh
Estou ao telefone tentando cancelar uma linha da TIM e simlesmente não consigo. Após ouvir todo o menu de um a nove, veio a informação que precisava: "para falar com um de nossos atendentes disque zero". O erro já começa aí, pois será que alguém ainda possui os aparelhos de disco?? Apesar de serem bem bonitinhos, não é mesmo? Bom, mas isso não vem ao caso. Voltando ao atendimento telefônico, após "discar" zero, vem uma espera com uma musiquinha quase Enya, pra você quase dormir, quase esquecer o motivo da ligação e quase ficar muito puta, vem - enfim - o atendente. Após ouvuir todos os gerundismos possíveis, confimar CPF, RG, endereço, etc, etc, etc; e ouvir várias vezes "só um momento", fui informada que o setor que realiza os cancelamentos estava sem sistema e que teria que ligar novamente após quinze minutos. Mas, me passaram um número de protocolo que facilitaria minha vida nessa próxima ligação.
Bom, quinze minutos mais tarde, aqui estou eu novamente ouvindo "só um minuto, só um minuto". Claro que teve o ritual digite isso, confirme aquilo, tudo o que já havia feito anteriormente. Informei o tal protocolo e fui poupada de falar umas dez palavras a mais. Realmente, facilitou muito a minha vida. E para eu ser transferida para o setor de relacionamentos especiais que faz o cancelamento, a outra atendente me disse "senhora, poderá haver espera no atendimento, quer ser transferida mesmo assim?" Eu fiquei pensando: ma che cazzo!! Que opção eu tenho? Ou espero, ou digo "não, obrigada, não vou esperar, não vou cancelar e vou ficar para sempre pagando por algo que não uso". É mole?!
Finalmente, após ter ouvido, sem brincadeira, umas vinte e sete vezes "um momento", "só mais um momento", minha linha está cancelada!! E deu tempo de escrever este post enquanto isso.