quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cirurgia

Começou com um mau cheiro que não passava de jeito nenhum. Depois começaram aparecer as dores de cabeça. Eu devia ter uns oito anos quando tive meu primeiro contato com a sinusite. Me acompanhou durante o restante da infância, por toda a adolescência e por uma parte da minha vida adulta. E, como desgraça pouca é bobagem, geralmente as crises iam embora deixando um rastro de espirros e nariz coçando e vermelho, chamado renite.
Muitos anos, anti-infamatórios, bolinhas de homeopatia, acupuntura, anti-alérgicos depois, resolvi tomar uma atitude radical: cirurgia. Meu médico me convenceu dizendo que 80% dos meus problemas se resolveriam se corrigisse meu desvio de septo e retirasse uma baita carne esponjosa. Tomei coragem e, no último dia 05, acompanhada de minha sogra, lá fui ao CEMA fazer a tal cirurgia.
Não foi a primeira vez que tomei anestesia geral. Já o tinha feito três anos antes em uma outra cirurgia. Estranho saber que vão injetar em você uma dose tão grande de uma droga que vai te deixar inconsciente pelo tempo que os médicos quiserem. Dá um certo pânico. Mas comecei a ver as luzes e o teto se mexendo e apaguei. Depois ouvi ao longe a enfermeira chamando meu nome e meu médico dizendo que já tinha terminado e estava tudo bem.
O frio que se sente quando o efeito da anestesia vai passando é algo indescritível e incontrolável. Você treme da cabeça aos pés. A sensação nas primeiras horas é bem ruim. Mas logo passa.
Agora, mais de três dias depois, ainda não consigo respirar pelo nariz, estou tomando um monte de remédios, sinto ainda um pouco de dores, e não paro de soltar sangue nojentinho pelas narinas. Mas algo me diz que foi a decisão certa. Não vejo a hora de arrancar os tubinhos de silicone do nariz e começar a respirar normalmente.
O bom é estar sendo paparicada. Tudo realmente tem um lado bom. Mas quero mesmo é atravessar o próximo período de outono/inverno sem crises e poder pensar “por que diabos não fiz isso antes?”.

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