sábado, 17 de maio de 2008

Porto seguro

Bem firme naquele velho cais, no seu porto seguro, pensa estar em alto mar...Se perde em devaneios acreditando estar a deriva.
Aí abre os olhos e faz um esforço até que percebe que estivera ali o tempo todo, no seu valho cais. Não sabe se foi a vertigem por ver sempre a mesma paisagem. Não sabe se foi a vontade sair navegando sem destino. Nem se foi simplesmente um delírio, um sonho qualquer. Mas tem bem forte e nítida, guardada consigo como se tivesse acontecido no segundo anterior, a sensação de desespero. Sensação que veio quando olhou ao redor e por instantes não reconheceu seu lugar. Apesar das inquietações sobre outras praias, soube que sua alma somente pode encontrar refúgio na brisa, no cheiro, no gosto e na paisagem daquele que, com certeza, é o melhor lugar do mundo: seu velho cais.

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