quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Boca da Mata

Essa semana tem Boca da Mata.
Lá sinto-me como o guardador de rebanhos. Na verdade, posso sentir-me como Caeiro também aqui. Mas cá as areias do tempo atropelam-me e machucam-me como numa tempestade no deserto; e não vejo pôr de sol nenhum, nem a calmaria da noite, nem manhã, nem nada. Só ouço o relógio lembrando-me que há um tempo abstrato repleto de fatos concretos atuando sobre um espaço que eu mau sinto ou aprecio, infelizmente - posto que também é belo.
Na Boca da Mata minha alma se aquieta. Mas se por lá me demoro minha alma adormece, mergulhando num coma.
Então vivo assim: lá e cá. Preciso dos dois. Ambos completam-se e completam a mim.

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